sexta-feira, 16 de janeiro de 2009
OGM – Organismos Geneticamente Modificados
Os seres vivos transmitem
as suas características à geração seguinte através dos cromossomas, que permitem o processamento da informação que passa entre gerações. Cada cromossoma é constituído por genes que, consoante o arranjo molecular do ADN (Ácido Desoxirribonucleico), comandam a expressão de determinada proteína, que pode inibir ou
activar um determinado comportamento nas células. Os organismos transgénicos viram a sua informação genética inicial alterada, através da inserção de um gene específico proveniente de outra espécie no seu património genético.
Foi no campo da medicina que se iniciou a transferência de genes entre diferentes espécies. Na duas últimas décadas essa transferência deu-se também nas plantas para consumo humano, originando alimentos geneticamente modificados. Desde então, as discussões a favor e contra os organismos geneticamente modificados (OGM), têm estado ao rubro. De um lado agricultores e geneticistas, de outro associações ambientalistas e público em geral. Mais do que tomar um ou outro partido importa não esquecer que a transferência de genes nas às plantas é um processo ainda muito recente e que alguma precaução deve ser tomada aquando da sua utilização. Em várias ocasiões na história da humanidade, o uso de substâncias, cujos efeitos secundários se desconheciam, trouxe consequências nefastas ao ambiente e aos cidadãos, como foi o caso do DDT nos anos 60.
Os argumentos a favor e contra
Um dos argumentos mais nobres usado pelos defensores dos OGM é a necessidade cada vez maior de alimento para uma população em crescimento. Em algumas regiões do planeta, as alterações climatéricas e/ou as situações de conflito, têm prejudicado as colheitas agrícolas. A obtenção de cultivares mais robustas, adaptadas a condições mais adversas (falta de água e de nutrientes), só poderá ser benéfica para estas populações. Também a resistência a certos herbicidas, necessários para combater pragas, seria uma condição vantajosa. A selecção de determinadas variedades melhoradas de cereais tem sido orientada neste sentido. Os OGM prometem uma maior produção e espécies mais resistentes. Com o uso de menos fertilizantes e pesticidas o ambiente sairá beneficiado.
Os seus detractores argumentam, no entanto, que não só os OGM não vão permitir aumentar a produção agrícola, como a sua resistência aos herbicidas vai generalizar o uso massivo destes ao longo de todo o ciclo de vida da planta, aumentando os impactos negativos no ambiente e nas populações. Para além disso, os elevados investimentos em tecnologia e factores de produção, vão beneficiar os maiores agricultores, em detrimento dos mais pobres, e torná-los dependentes em relação às grandes empresas do sector.
Outros dos receios do uso de OGM são: as implicações ao nível da composição florística do solo; as interacções com outras espécies (possibilidade das ervas daninhas tornarem-se resistentes a certos herbicidas, por transferência dos genes das plantas transgénicas); a passagem dos genes através da cadeia alimentar para outras espécies, com consequências imprevisíveis; a persistência das toxinas no solo; o perigo de contaminação dos lençóis freáticos; o risco de desenvolvimento de novas viroses em plantas, por interacções com os genes modificados e o aumento do número de alimentos que provocam reacções alérgicas nos humanos.
No entanto, para quase todos estes argumentos, existem outros estudos que provam o contrário. Assim, uma maior pesquisa por parte de organismos isentos e credíveis é necessária para esclarecer os perigos e os benefícios dos OGM.
http://www.naturlink.pt/
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