sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

O Hábito de Fumar e a Saúde



Apenas 18% da população portuguesa associa habitualmente o tabagismo com as doenças Cardiovasculares.


Fumar, constitui a principal e a mais importante causa de morte evitável, nos dias de hoje.
A Organização Mundial da Saúde prevê que durante a década de 90, a nível mundial, o hábito de fumar seja responsável por 3 milhões de mortes por ano.


A população fumadora é, não só a que maior mortalidade apresenta, mas também a que maior morbilidade possui. São os que consomem mais cuidados de saúde e os que maior absentismo por doença apresenta. As faltas ao serviço são mais de 25% superiores nos fumadores.


Apenas 18% da população portuguesa associa habitualmente o tabagismo com as doenças Cardiovasculares.


Quando se questiona a população em geral sobre os malefícios do tabaco, 84% das respostas referem o cancro e os tumores malignos. No entanto calcula-se que o hábito de fumar tenha sido o responsável por cerca de 2200 mortes por doença cardiovascular em 1995 (5% das mortes por esta causa) e cerca de 800 dos 20007 óbitos que ocorreram em 1995 por tumores malignos (4% dos óbitos por esta causa).


Também é certo que mulheres que fumam durante a gravidez têm mais facilmente e mais frequentemente, filhos de baixo peso ao nascer.


Os malefícios para a saúde que o consumo de tabaco provoca, bem como os elevados custos económicos e sociais associados ao hábito de fumar, têm vindo a preocupar governantes e políticos, a ponto de estabelecerem que "Até ao ano 2000, o consumo de substâncias que afectam a saúde e que provocam dependência, tais como o álcool, o tabaco e as drogas psicoactivas, deve ser reduzido de forma significativa em todos os Estados Membros" (Metas da Saúde para Todos no Ano 2000 - meta 17).


Aumentar o número de não-fumadores para 80% (objectivo da meta) é uma maneira não só de diminuir os riscos para a saúde que o hábito provoca, mas reduzir também os riscos (não só na morbilidade mas também na mortalidade) do fumador passivo.


Esta ideia dos riscos do fumador passivo não está ainda muito enraizada na população portuguesa. Quando inquirimos sobre "se uma pessoa respirar o ar poluído do tabaco pode sofrer das doenças que sofrem os fumadores", cerca de 94% responde acertadamente que sim. No entanto, cerca de 48% dos inquiridos consideram, erradamente, que o perigo reside principalmente para quem inala o fumo do cigarro.


Apesar destas confusões que poderão por vezes surgir, o povo é unânime quando considera que vale sempre a pena deixar de fumar, mesmo quando o hábito já vem de há muitos anos (92% acham que sim, que vale a pena), ou quando já se tem mais de 65 anos de idade (82% acham também que sim).


A partida para a descoberta, uma certa dose de irreverência e a saudável afirmação da personalidade que são sintomas de uma adolescência pura e sadia, perde muito quando o jovem utiliza, na sua interacção com os outros, a ostentação do cigarro e a afirmação do hábito.A Escola é o local privilegiado para se começar. Por isso é importante que aí se criem novas expectativas, novos desafios e se cultivem outros e novos valores, a bem de uma geração mais capaz, mais responsável, mais digna e mais saudável.